Apesar de falar de um caso internacional, este artigo é um grande elogio á cena brasileira de Horror Punk.
O ponto de partida são as polêmicas envolvendo Graves, ex-vocalista da segunda fase do ícone do Horror Punk Misfits, e que causou um tipo de "cisma" na comunidade Horror Punk internacional.
Para quem não faz ideia do que eu estou falando, ha algum tempo o cantor já vinha realizando publicações em suas redes sociais em que apoiava alguns posicionamentos conservadores e ligados à extrema direita.
E mais recentemente, foi divulgado que o cantor seria testemunha de defesa em um caso envolvendo o movimento/organização conhecida como "Proud Boys", também ligado a extrema direita.
Isso provocou uma grande divisão nas redes sociais e comunidades de Horror Punk lá fora.
Muitos sairam em defesa abnegada ao cantor, ao passo que outros não suportam nem ouvir o nome .
Basta entrar nas principais comunidades norte americanas de Horror Punk no Facebook, Twitter e afins pra constatar que esse tem sido o principal - as vezes único - assunto da vez.
Mas...o que isso tem a ver com a Comunidade Horror Punk brasileira?
Simples.
Enquanto as comunidades gringas estão se descabelando por conta disso, a Comunidade brasileira soube não deixar-se "contaminar" por esse tv fama punk rock.
Algum tempo atrás o cantor gerou certo desconforto e mesmo fúria ao deixar o nosso país as pressas, abandonando uma agenda marcada que deixou muita gente, produtores e público, na mão.
Logicamente, tivemos posts falando dessas 2 questões em alguns lugares, mas a produção de canções, divulgação e divulgação de material próprio continuou sendo o foco da galera e das bandas daqui.
No entanto, esse zumbi aqui seria bem covarde se não entrasse no "x" da questão.
Como lidar com isso?
Vamos lá.
1° Opção: Separar o artista da Obra
Não é a primeira vez que isso acontece no meio musical. Basta lembrar que alguns anos atrás o cantor Morrissey do The Smiths também assumiu posturas de alguma forma semelhantes.
No punk, os caras do Ramones e até mesmo Sex Pistols viviam dando opiniões polêmicas.
E podemos ir além no mundo da mùsica: Mozart era um Playboy arrogante, Vivaldi tinha uma relação estranha com menores de idade, Schumann roubava músicas da esposa e lançava em seu nome, Paganini era um egocêntrico insuportável.
Mas ao mesmo tempo, eram excelentes compositores. Então existem aqueles que optam por separar a obra do artista. Tratar como entidades independentes.
Na questão Graves, eu acredito que essa opção talvez seja a menos radical. Afinal, ele foi responsável por uma fase da principa banda de Horror Punk da história, e até mesmo aqueles que preferem a fase clássica conseguem ver algumas boas canções ali. A carreira solo do cantor tem coisas interessantes, como o disco "Punk Rock is Dead" e "Web of Dharma".
E até onde meu inglês permite concluir, nenhuma das obras do cantor traz as mensagens de merda que ele apoia na vida real.
Logicamente, se ele escrever uma musica defendendo ultra nacionalismo, macho alfismo e todas as ideias imbecis que os Proud Boys pregam, deve-se tacar fogo no disco imediatamente. Consumir a obra do cara sem dar 1 puto pra ele então, aqui seria glória suprema.
2° Opção: Boicotar tudo do cantor, afinal, dar dinheiro e visibilidade para ele não deixa de ser um apoio a que ele continue defendendo essas mesmas posturas, inclusive para um público maior. Nesse caso, pare de escutar os discos, pare de seguir o artista nas redes sociais. Diminuir a visibilidade de alguém que prega ideias tortas as vezes é quase que uma obrigação.
Sim, existiria um terceiro caminho, de continuar apoiando o cantor irrestritamente, ou por não ligar merda nenhuma pra essas questões, ou (e nesse caso só lamentamos) se identificar com as ideias que ele defende.
Mas que "Horror Punk conservador" não deixa de ser no minimo bizarro, isso com certeza!
Disse tudo....acredito que continuar gostando na intimidade, sabendo as merdas que ele acredita hoje....dá pra fazer....o que não dá é sair divulgando trabalho do cara e passando a mão nas merdas....quem passa mão em merda, fica com ela cagada....
ResponderExcluirPor eso escuchamos bandas, discos, canciones, recitales. No adoramos personas. Podemos escuchar a un músico, nos puede gustar aún si nos enteramos es un nazi, pero dejamos de hablar del músico, no le damos importancia, lo hundidos en la indiferencia. El músico puede no existir para nosotros, como individuo. Queda en nosotros decidir si escuchar sus discos, pero nunca, nunca volvemos a hablar del músico idiota.
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